Não poderia deixar de falar aqui a respeito da tragédia que se abateu sobre Santa Catarina. Muitas cidades debaixo d'água, as pessoas perdendo o muito ou pouco que conquistaram durante a vida, você aí, caro leitor, consegue imaginar o que é ter apenas a roupa do corpo de bem material? Consegue imaginar o que é perder seus amigos e familiares, porque você não conseguiu ajudá-los, assistir de mãos praticamente atadas ao fim de tudo o que você conheceu em sua vida? Pois acho que é mais ou menos assim que a pessoa se sente quando vê sua casa, seu lar, sua vida, ser engolida pelas águas.

De qualquer forma, todos nós sentimos um certo nó na garganta ao pensar nisso tudo. Mas as pessoas precisam saber do que anda acontecendo, mesmo que sejam notícias trágicas. E como deve se comportar um jornalista, quando a pauta a ser coberta é uma tragédia dessa proporção? Estaríamos nós preparados a tentar vivenciar isso tudo, de um ângulo bem mais confortável e não podendo fazer muita coisa a respeito?

O portal Comunique-se divulgou uma notícia a esse respeito, e eu fiquei sim a refletir, como devemos nos comportar em uma cobertura jornalística, num momento em que as pessoas estão sofrendo? Devemos ser totalmente imparciais e ignorar a dor alheia? É possível ignorar a dor por um furo de reportagem? O que se passa na cabeça de um repórter num momento desses?

E a questão que não quer calar: aonde a questão da ética [seja pessoal, seja profissional] começa a ser ferida num momento desses? Porque fato é que muitos jornalistas aproveitam-se da dor alheia para gerar audiência [vide caso do seqüestro de Santo André]. Como separar o jornalismo de fato, do jornalismo sensacionalista [sim, é incrível, mas ainda tem muito jornalista que pensa mais na audiência, na grana entrando no bolso, do que no bem estar do próximo. Aliás, corrigindo: isso não é falha apenas de jornalista].

No final da matéria, o jornalista que está em SC ainda fala de algo que nós vemos muito por aí: a fatídica pergunta do "tudo bem?" ou "como você se sente nesse momento?". Não, não está tudo bem. Não dá pra sentir muita coisa nesse momento. O que dá pra sentir no momento é verdadeira repulsa por pessoas que só querem saber da glória e do poder, e estão simplesmente ignorando por completo o fato de que, a pauta do momento, são seres humanos que só tem agora a si mesmo e sua vontade de começar de novo.

Este mês, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), vai apresentar uma proposta muito importante no Ministério do Trabalho e Emprego, a regulamentação de todas as profissões que envolvem o jornalismo. Se for aprovado, será necessário a exigência de diploma de jornalismo para atividades como repórter, repórter fotográfico, diagramador e ilustrador, e assim muitas pessoas que exercem essas profissões sem diploma serão obrigadas e fazer a faculdade ou deixar de exercer a profissão.
A exigência de formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade que já dura mais de 40 anos, a profissão regulamentada não impede que pessoas especialistas ou não se expressem por meio de veículos de comunicação, ela apenas vai garantir o direito da sociedade de receber informações apuradas por profissionais com capacidade técnica e ética que assumem seu papel com responsabilidades na sociedade.
A Fenaj recebeu apoio de sindicatos de todo o país, e em 17/09 organizou um ato público na praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Profissionais e estudantes estão realizando debates e palestras a respeito da proposta, no entanto segundo pesquisa de sites especializados em comunicação a maioria é a favor da regularização e discute-se até a probabilidade da criação de um órgão que fiscalize o exercício da profissão.
Segundo o presidente da federação, a questão já esta resolvida, o jornalismo é uma profissão regulamentada por lei e o acesso a essa profissão se dá por meio do curso de graduação, especifico e reconhecido pelo MEC.

Pó de Quésti!

Ai gente!

Não posso deixar de esconder minha emoção com esse post aqui! Claaaaaaro, ainda não é o que esperávamos, a experiência nós vamos adquirir com o tempo. Claro que ainda podemos discutir e aprender mais a respeito, e principalmente PESQUISAR mais a respeito, porque durante a criação desse nosso PRIMEIRÍSSIMO podcast, nós percebemos que tem muita coisa ainda pra gente pesquisar, e estudar e pensar.

Claro que vocês, assim como nós, vão rir um pouco, e pensar muito. [os bastidores da gravação desse podcast estarão disponíveis para download também em breve, apesar da Sixxx querer me matar!]

Mas o principal, que era verbalizar nossas idéias a respeito da questão da regulamentação do jornalismo, nós conseguimos.

Com vocês, um pouco mais de nós, no nosso primeiro podcast:

[e mais novidades e idéias em breve, aguardem!]

Nos dias de hoje,em que temos a chamada "liberdade de imprensa",alguns fatos pavorosos,muito me chamam a atenção.Como a proibição feita pelo presidente venezuelano,Hugo Chávez;a que quaisquer mídia de seu país,divulgasse os resultados eleitorais,antes do boletim oficial.
Pode ser,que quando nos pegamos a indagar a tal ação,muitos de nós,imaginamos,todo esse furor,acontecendo a milhas e milhas de distância.O que não é fato,pois a Venezuela se trata de um país vizinho nosso,inclusive parte integrante do Mercosul,encontra-se sob o regime presidencial de Chávez, governando a custo de uma política ditatorial;cegando por muitas vezes a população venezuelana,e fazendo os ter como um líder supremo,e concordando passivamente com suas ações.Apesar de receber duras críticas externas e de sua própria nação,o presidente,recebe como dito antes,muitos votos de aprovação a sua presidência.Devido ao forte apelo popular.
Num mundo,onde existem várias teorias de conspiração,e que a ingenuidade e ignorância da grande massa é usada para manipular a si mesma.Se torna cada vez mais difícil de enxergar os ocorridos com clareza e perfeita definição.
Necessitamos,urgente de uma reforma universal,em todos os aspectos da sociedade,para que possamos enxergar com clareza o que nos é posto diante dos olhos.
Sim,a mudança se faz necessária e possível,através de cada pequeno gesto,incentivo e conscientização.Pois pelo menos uma coisa,eu posso afirmar,podem nos levar a liberdade de se expressar,mas o conhecimento e o desejo de melhorar,isso ninguém nunca poderá nos tirar.

Festa em mim

Eu vou abrir neste blogue um parênteses GIGANTE, porque eu sinto essa necessidade de me expressar. De dizer o que eu vi, o que eu senti, o que eu absorvi nessa noite.

O que eu vi foram estudantes de comunicação social fazendo algo que vai muito muito além do trivial. Aliás, esquece esse rótulo de 'estudantes de comunicação social'. Vamos pra questão de fato. Eu vi gente. Vi pessoas. Vi meninas e meninos brincando com a arte de fazer palavras, a arte de imitar sons e gestos, a arte de fazer bonito. Eu vi eles brincando com a arte.

Festival de Improvisos, eles chamaram essa noite. Ah, que bobagem, improviso? Ali não tinha nada de improvisado, nada de feito de última hora, nada que veio pra substituir algo numa tentativa de ser melhor: ali estava O MELHOR, ali estava o que vocês são, ou o que eu vejo que vocês são. O que eu sinto que vocês são.

O que eu senti foi uma festa em mim, um ânimo súbito e uma vontade de fazer exatamente isso, acreditar no meu sonho e fazer dele realidade, mas uma realidade muito mais palpável, muito mais fácil de fazer, muito mais digesta, mais festa, mais cor. Uma realidade em forma de sonho, em formato de festival.

Eu não tenho palavras para dizer o que eu absorvi. Não tenho palavras para dizer o quanto eu admiro isso tudo que vocês estão fazendo, que vocês estão lutando, que estão acreditando, e que desde já, estão vencendo. Saber que mais pra frente vocês vão aparecer em algum lugar qualquer, e eu, da minha pobre cadeira de redatora [ah, quiçá!], verei vocês e pensarei "olha, eu os vi começando".

Começando... mais uma bobagem! Claro que vocês ainda não estão no fim, mas também certeza não estão no começo. Vocês são o caminho, daqueles que se encontram com muitos outros caminhos e acabam fazendo uma estrada que leva a tantos lugares, e acaba por abraçar o mundo todo.

E toda essa minha verborragia infinita é apenas para dizer o seguinte: eu já sou fã de vocês. Meus parabéns!

[eu não sei fazer vídeos "assistíveis", não sei trabalhar com imagens e diagramação, e menos ainda saberia fazer uma crítica digna do caderno Ilustrada. o máximo que eu sei fazer de vez em nunca é brincar com as palavras, em textos que, talvez um dia, alguém olhe e diga: puxa, ela realmente escreveu com o coração. e foi de coração, que eu resolvi aqui, no blogue do Sado e do Jornalismo, divulgar e divagar sobre o trabalho de vocês. espero que possam um dia me perdoar!]

Ânimo?

Como se já não bastassem todos os problemas que a carreira já enfrenta sem nenhuma grande crise econômica, eis que surge...

Pelo menos é o que o portal Comunique-se publicou hoje: "Crise já afeta mídia britânica, que anuncia 2.300 demissões"

Comentário de quem ainda é jovem demais para entender: a crise atual não vai prejudicar apenas o meio de comunicação. Seremos apenas mais um grupo vitimado pela ganância sem limites do capitalismo selvagem. Diz que aqui se faz, aqui se paga. O negócio é estar preparado, porque como vários dos colunistas da Caros Amigos fizeram questão de reforçar esse mês: o buraco, pode ter certeza, vai muito mais embaixo... ainda temos muito chão pra queimar!

Um bom jornalista sabe que precisa escolher com cuidado suas fontes. Com o advento da internet, a velocidade dos fatos ficou muito maior, e todos querem ser os primeiros a dar a notícia, o chamado furo de reportagem. Isso dá até prêmio, sabiam?

Desde que a notícia, além de ter fundamento, seja verdadeira.

Vez por outra eu leio algo a respeito desse assunto no Observatório [quase não dá pra perceber que eu adoro os artigos deles, né?]. Essa semana saiu mais um que fala justamente sobre esse assunto, da velocidade vs. credibilidade. Afinal, qual o sentido em ser rápido, em dar uma notícia de última hora, se daqui algumas horas você terá que desmentir?

Tem jornalista que baseia suas notícias em pesquisas do Google, Orkut e blogs. Errado? Não acho. Essas redes de relacionamento ajudam você a descobrir a verdade, mas perceba a sutileza, AJUDAM. A verdade não está toda aqui. E como bem sabemos, o Orkut não é dos mais confiáveis mesmo. Blogs, qualquer estudantezinho de jornalismo [há, há, há] pode fazer um pra postar o que bem entende. Apesar de ter blogs realmente muito bons [temos uma listinha aí do lado que vale a pena conferir, além, é claro, do nosso Sado aqui também!], alguns são uma bobajada sem fim, sem querer ferir os sentimentos de ninguém.

Quanto ao Google, bom... sem nenhum preconceito, mas suas respostas geralmente apontam ou para a Wikipedia [que até tem muita coisa aproveitável, mas é sempre bom pesquisar mais] ou para o Orkut ou para algum blog. Por essas e outras que, como já dito anteriormente, é preciso conhecer outras ferramentas de busca, outras formas de pesquisar. E não esquecer que, apesar do jornalismo feito à moda antiga não condizer com a velocidade dos dias de hoje, antes ser um jornalista que possui credibilidade perante a sociedade do que aquele cara que ninguém sabe qual vai ser a próxima mentirinha.

Corra Lola,corra!

Em meio a um ambiente tenso,em que jornalistas são ameaçados de morte e seus sigilos telefônicos são quebrados. Me pergunto de que forma,nós estudantes de jornalismo,podemos nos manter seguros diante da decisão de se tornar ou não um profissional da área?
Nenhum dos cidadãos dessa nação se poe a salvo de situação alguma,principalmente aqueles que procuram trabalhar com informações éticas,nada nos garante que poderemos exercer normalmente uma função para a qual nos preparamos durante anos.
A importância que não é dada ao jornalismo em si,muitas vezes frustra aqueles que buscam um espaço no campo de trabalho.
A questão não é apenas reconhecimento,mas segurança para se trabalhar e contribuir para que se faça valer a liberdade e expressão e democracia que se é pregada neste país.
Mas é claro,eu havia me esquecido,que qualquer pessoa que escreve algo,pode ser considerada jornalista,então a questão se torna mais dificultosa.
Pois além de sofrer ameaças de morte,ter seu sigilo quebrado,você ainda corre o risco de perder o seu cargo para alguém que nunca estudou para aquilo.
Onde está a ética,a democracia,a liberdade de expressão e os direitos revogados?

Acabei de ler uma notícia no Observatório da Imprensa [site já amplamente recomendado por esta que vos digita para todos que pretendem, ou sonham, ou imaginam seguir a carreira de jornalismo: vale a pena conferir] que, inicialmente, me chocou, depois me revoltou e por fim, me inspirou a escrever este post*.

A notícia: mais de 150 jornalistas no Sudão fizeram greve de fome nesta terça-feira, dia 04/11, protestando contra a censura prévia que o governo faz às escondidas. A constituição do Sudão garante a liberdade de imprensa, porém, nós brasileiros também sabemos muito bem como funciona essas coisas da Constituição: estar lá não garante que será cumprido.

Aí você pensa: Sudão? Onde fica o Sudão? Sudão é longe! Tem nada a ver com a gente. Mas é justamente nisso que você se engana. O Sudão está bem longe da gente, sim, mas a história da imprensa e a luta pela sua liberdade não estão tão distantes de nós. Não faz trinta anos e nós aqui no Brasil também lutávamos por uma imprensa livre. E a lut pela liberdade da imprensa não deve ser empreendida apenas por um ou outro jornalista, ou por um ou outro país. É uma luta que deve ser de todos.

Por que mesmo precisamos de uma imprensa livre das amarras do governo? Oras! Porque sem essas amarras a coisa já anda bem complicada, imagina tendo jornais, revistas, televisões e rádios apenas mostrando o lado bom da coisa? Apenas criando uma fantasia? Não seriam jornais e revistas e rádios e televisões, seriam clássicos de literatura, onde na maioria das vezes o bem prevalece. Precisamos de uma imprensa livre porque somos livres e temos o direito de ter variadas fontes de informação, com variadas opiniões.

[Talvez eu esteja falando um pouco do jornalismo utópico. Sonhar é preciso, viver não é preciso.]

Mas eu admiro esses jornalistas sudaneses que fizeram greve de fome para defender uma ideologia. Admiro porque eu mesma não sei até onde seria capaz de ir para defender minha profissão, meus ideais, aquilo no que acredito. Até onde você seria capaz de ir?

* um blog jornalístico ficar tantos dias sem atualização é uma heresia. Pedimos perdão aos leitores. Tentaremos não repetir essa desfeita!

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