Depois de muita indecisão, muitas noites mal-dormidas, muitos conselhos e muito desespero, você resolveu, finalmente, que vai partir para o jornalismo. Os motivos podem ser muitos, desde um simples "eu me identifico" até um talvez ambicioso demais "quero ser o próximo William Bonner". Seja qual for o seu motivo, agora que você decidiu e está aqui dentro, preciso te contar um segredo. Que já não é tão segredo assim, mas talvez você não seja daquelas pessoas que acompanham jornais e revistas, e bebem de uma única fonte de informação: a internet. É por causa dessa menina que muitos dizem que o jornalismo impresso, se ainda não morreu, está em vias de.

É certo dizer isso? O que a gente sabe é que com o advento da atual crise econômica, alguns grandes jornais nos EUA já desligaram suas prensas. Aqui no Brasil, o lendário Tribuna da Imprensa, agora só conta com a versão online.

Então é verdade, o jornal impresso está morrendo?

Não, o jornal impresso não está morrendo. Dizer isso seria o mesmo que dizer que o livro está morrendo, que a televisão irá morrer, que o rádio "já era". Não podemos prever desta forma, e apenas analisando o crescimento das agências de notícias virtuais, dos blogs jornalísticos e das versões online de grandes jornais e revistas. Pode ser que um dia o jornal impresso acabe. Mas isso não será de imediato, e acredito que faltam muitos e muitos anos para que isso aconteça. Acredito também que até lá, novas idéias para o jornal impresso terão surgido, novas oportunidades para quem entra nesse mercado de trabalho vão aparecer.

Nós, que estamos tentando entrar no jornalismo agora: não entremos com as velhas idéias, as velhas notícias, o velho jeito de fazer notícia. Nós devemos ser a mudança que queremos ver nesse mundo, lembram? Então se o seu medo é de que o jornalismo impresso esteja no fim, você deve já entrar na roda trazendo alguma idéia, algum jeito diferente de fazer jornal, que faça com que ele não acabe, apenas mude.

O ombudsman da Folha de S. Paulo levantou um tema interessante há algumas semanas: como atrair o público jovem para a leitura do jornal? Esse não é um tema irrelevante: um jornal se faz pelos seus leitores. Se o público jovem de hoje não se interessar pelo jornal, amanhã não vai existir mais um porquê para o jornal impresso. É claro que a notícia online tem uma vantagem para esse público jovem: ela é mais rápida, mais atual, mais dinâmica. Como atrair, então, esse leitor jovem, dinâmico e atualizado para o meio impresso?

Esse seria o primeiro jeito, ao meu ver, de fazer com que o meio impresso não se finde de repente: atrair mais leitores, tornar a leitura do jornal um prazer, para adolescentes, jovens e adultos. Fazer com que isso passe de geração a geração, como foi feito aqui em casa.

Caminho um tanto complicado, considerando que já ouvi de muito estudante de jornalismo que "não leio jornal porque é difícil", ou "não leio jornal porque suja meus dedos" [sim, eu já ouvi isso]. Mas acredito que está muito mais nas mãos dos futuros jornalistas, dos que estão chegando a esse mercado agora, do que aqueles que conhecem um único jeito de se fazer jornalismo, uma única forma de imprimir jornal. Existe uma frase, que há muitos anos um grande amigo meu vivia me dizendo, e que acho que cabe para o nosso jeito de fazer jornal:

"Se você faz o que sempre fez... conseguirá o que sempre conseguiu!"

UPDATE: Na tarde de hoje eu li esta notícia no Observatório do Direito à Comunicação. É uma esperança? Uma vitória do jornalismo combativo? Não sei... mas é um sinal de esperança para todos nós. Viu? Os caminhos se abrem, de uma forma ou de outra.

É carnaval em terras brasileiras. Cinco dias de folia, descontração e liberação geral. No carnaval tudo pode, tudo é permitido, e tudo convem. Não importa o quanto eu ache que isso seja errado.

Como esses serão os meus primeiros dias de férias, eu me liberei um pouco das leituras para curtir a presença dos amigos. Mas não consegui me abster totalmente, e eis que quando abro o caderno Cotidiano, da Folha de S. Paulo de sábado, por óbvio a notícia principal era sobre o desfile das escolas de samba de SP, que teve sua primeira parte na sexta, dia 20. Tudo muito bonito até você chegar à segunda página do caderno, onde você encontrava em tamanho gigante, a foto de uma mulher [que claro, eu nem me dei ao trabalho de recordar o nome] com os seios de fora.

Sei que o carnaval é tempo de liberação, e que aqui na nossa terra o puritanismo não reina, mas... não dava pra ter um pouco mais de senso? Quero dizer, eu acredito que o jornal, ainda mais a Folha de S. Paulo, é um veículo de comunicação sério, e que deveria zelar pela ética, PELO MENOS. O jornal não é lido apenas por homens e adultos, como os seus editores podem pensar, mas tem muitas mulheres, jovens, adolescentes e até crianças que folheiam suas páginas de vez em quando.

Por mais que seja carnaval, e seja libertinagem total, acredito que tudo tem um limite. Eu não sou puritana, e acho ridículo quando nossas autoridades começam com esses discursos de puritanismo, como da vez em que uma empresa de turismo estrangeira praticamente divulgou que o Brasil era um grande prostíbulo. Como é que você quer que um país que estampa fotos de mulheres nuas nas páginas dos seus jornais seja levado a sério?

Cabia, nesse caso, ao meu ver, uma tira preta, daquelas que cobrem os olhos dos menores infratores, cobrindo os seios da mulher na foto. Não dá para um jornal que se diz sério usar o carnaval como desculpa para 'tudo pode', 'tudo é válido'.

Não li a notícia, como disse, estava apenas folheando o jornal. Não vi nem o nome da mulher, e nem vi se mais alguém se sentiu ofendido com a foto, na seção do leitor de hoje. Mas eu duvido muito que alguém tenha realmente se ofendido com isso: é carnaval. Cinco dias de folia, descontração e liberação geral. Ninguém vai se preocupar em ver seios estampados no jornal. Hoje eles estão por toda a parte.

Obtive uma experiência interessante, e gostaria de compartilhar desta aqui.
Estive presente no Noitão do Hsbc Belas Artes.
Para quem não conhece, o Noitão, se trata da grade de programação da sala, que a cada 2ª sexta-feira feira de cada mês, apresenta uma série de 3 filmes dentro de um determinado assunto,divulgando apenas dois nomes dos três filmes,e considerando um como surpresa.
Vale muito à pena, conferir, pois se tratam de filmes de qualidade que não são veiculados nas grandes salas de cinema da cidade, o valor da entrada é razoável e cada cinéfilo recebe uma lata de energético, para se manter acordado madrugada adentro. Isso, sem falar do café da manhã que também é distribuído após o final das sessões, e também dos sorteios de camisetas e DVD ‘s de filmes cultuados pelo público.
Em plena uma sexta-feira 13, e chuvosa, nós: Ana P., eu e mais alguns amigos encontramos uma fila gigantesca bem a frente ao cinema para apreciar a maratona que contava com filmes de comédia,terror e suspense,nada mais sugestivo,não?!
Em clima de descontração e repleto de figuras da grande metrópole encontravam-se cinéfilos com todos os gostos possíveis, principalmente pelo fato da sala oferecer uma mescla de obras. Um ambiente propício para se atualizar e trocar idéias sobre os mais diferentes assuntos,incluindo cinema,é claro.
Se você ainda não conhece a Sala, ou acha que não vai conseguir acompanhar as sessões do Noitão,faça uma visita, existe uma programação semanal como em qualquer outro cinema.E até o final de Fevereiro,é possível assistir aos filmes da Coletânea: dois anos de Cineclube,em que serão exibidos quatro obras das 90 que circularam durante o período de existência do mesmo.
Recomendo!
Endereço: Rua da Consolação, 2423 - Tel: 3258-4092

Tava navegando por aí e resolvi postar um off-topic, porque [dizem] que todos nós temos direito ao lazer e ao descanso.

Então pra distrair e refletir... segue uma lista que eu retirei do profile do nosso amigo Fernando [que vai me desculpar, mas eu não sei se ele ainda tem o blogue e, vergonhosamente, nem me lembro do link], no orkut, e que eu acho que cabe no nosso contexto de jornalista:

Jornalista não fala, informa;
Jornalista não vai a festas, faz cobertura;
Jornalista não acha, tem opinião;
Jornalista não fofoca, transmite informações inúteis;
Jornalista não para, pausa;
Jornalista não mente, equivoca-se;
Jornalista não chora, emociona-se;
Jornalista não some, trabalha em off;
Jornalista não lê, busca informações;
Jornalista não traz novidade, dá furo de reportagem;
Jornalista não tem problema, tem situação;
Jornalista não tem muitos amigos, tem muitos contatos;
Jornalista não briga, debate;
Jornalista não usa carro, mas sim, veículo;
Jornalista não passeia, viaja a trabalho;
Jornalista não conversa, entrevista;
Jornalista não faz lanche, almoça em horário incomum;
Jornalista não é chato, é crítico;
Jornalista não tem olheiras, tem marcas de guerra;
Jornalista não se confunde, perde a pauta;
Jornalista não esquece de assinar, é anônimo;
Jornalista não se acha, ele já é reconhecido;
Jornalista não influencia, forma opinião;
Jornalista não conta história, ele reconstrói;
Jornalista não omite fatos, edita-os;
Jornalista não pensa em trabalho, vive o trabalho;
Jornalista não é esquecido, é eternizado pela crítica;
Jornalista não morre, coloca um ponto final [ . ]

E aí... concordam?

Acho que ainda não comecei a recomendar livros aqui neste blog. Que vergonha! Um blogue jornalístico teria que, por bom senso, indicar aos jovens leitores que ainda não têm certeza da profissão que pretendem, algum livro que possa ajudá-los a se decidir. Como minha amiga e colega de martírio Sirlene já adiantou em post passado, o jornalista e atualmente blogueiro Ricardo Noblat tem um livro muito recomendável para quem ainda tem dúvidas, e para quem tem todas as certezas: O que é ser jornalista.

O livro foi escrito pelo próprio Noblat para compor a série "O que é ser", da Editora Record. Eu particularmente nunca tinha ouvido falar do livro, foi Sirlene quem falou e emprestou o livro. Posso falar? Gostei muito, de saber algumas das histórias do homem [que, independente de você concordar ou não com a visão política dele, é um homem que viu muita coisa acontecer no país]. Ele é bem realista, mostra no livro as dores e delícias de quem escolhe o jornalismo. Mais do que uma profissão, um estilo de vida.

Gostei do que ele diz no livro a respeito da imparcialidade do jornalista. Escolhi esse trecho do livro para compartilhar com vocês [grifos meus]:

"É raro o jornalista que não derrapa com frequência na lei mais difícil de ser respeitada - a que o obriga a se manter neutro diante de qualquer situação. Há jornais norte-americanos que proíbem seus jornalistas de serem sócios de clubes e de investirem na Bolsa de Valores acima de determinada quantia. E se um dia estoura um escândalo no clube do qual o jornalista é sócio? Ele terá isenção para investigá-lo? Como explicar que um jornalista da área de economia ganhe muito dinheiro na Bolsa sem ter-se beneficiado de informações privilegiadas?
As exigências de jornais norteamericanos fazem sentido e sempre farão. Mas servem, no fim, para disfarçar o fato de que não há imprensa mais hipócrita do que a norteamericana. Porque ela se apresenta ao mundo como modelo de independência editorial a ser adotado onde quer que se cultivem os valores da democracia ao estilo ocidental. E, no entanto, serve em primeiro lugar não à sociedade, mas aos interesses dos grupos políticos e econômicos que ditam o destino dos Estados Unidos - e, por extensão, dos países que gravitam em sua órbita, ou seja, quase todos.
[...]
A neutralidade do jornalista diante de um fato é uma utopia a ser perseguida sem descanso, assim como a utopia de um mundo mais igualitário. Mas como ser neutro diante de atos de flagrante injustiça, por exemplo? Em meados de 2002, vi na porta de um shopping em Brasília um rapaz de pouco mais de 20 anos espancar um homem idoso porque ele entrou em um carro na companhia de uma moça loura. O rapaz pensou que a moça fosse sua namorada. Na época, eu dirigia a redação do Correio Braziliense. Publiquei a notícia sob o título "O Selvagem do Shopping".
A notícia limitou-se a contar o que testemunhei e a registrar o que disseram depois os personagens do episódio. Ocorre que, se eu tivesse respeitado a lei da neutralidade na hora de fazer o título, não poderia ter chamado de "selvagem" o jovem espancador. Um título neutro ficaria assim: "Jovem Espanca Velho na Saída do Shopping". Mas um título assim chamaria de fato a atenção dos leitores para o caráter bárbaro e gratuito do ato de agressão? Se o jovem agiu como um selvagem, por que não adjetivar de selvagem seu modo de agir?
[...]
Às favas todos os escrúpulos quando honestamente apuro fatos e quando tais fatos avalizam determinadas conclusões! Como jornalista, tenho obrigação de apresentá-los ao público - não de escamoteá-los ou distorcê-los a pretexto de ser isento e objetivo. O público que julgue meu trabalho. Ele pode me censurar com sua repulsa ou me premiar com seu respeito e assentimento. Se não serve para esclarecer, alertar, forjar consciências e contribuir para a construção de um mundo menos injusto e desigual, para que serve mesmo o jornalismo?"
[trecho do livro "O Que É Ser Jornalista", de Ricardo Noblat, editora Record, 2006, 3ª edição, páginas 38-41]

Claro que tem muitas coisas que Noblat fala no livro com as quais eu concordo, ou deixo de concordar. Eu gostaria de ter tido a oportunidade de acompanhar a carreira dele dentro do Correio Braziliense. Mas, à época, ainda não havia descoberto minha paixão pelo jornalismo. Ou pelas biografias.

É um livro gostoso de ler, com uma linguagem simples, direta e leve. Recomendável não apenas para quem acha que quer fazer jornalismo, mas sim para qualquer pessoa que se interesse pelos bastidores do jornalismo, e, consequentemente, pelos bastidores do poder. Noblat consegue neste livro, fazer o que ele sempre quis fazer:

"Tudo o que eu queria era escrever como se conversasse com um amigo calma e displicentemente, se possível deitado numa rede, olhando o mar de Porto de Galinhas... Aí, sim, talvez viesse a gostar do que escrevo. E, por gostar, entendesse por que insisto em uma tarefa que tanto me martiriza."
[página 88]

Faço minhas as palavras dele.

Na minha atual condição, e mesmo antes de eu resolver entrar nesse submundo do jornalismo, sempre tive muita curiosidade de saber quem decide o que vai ser manchete nos grandes jornais. De fato, não gostaria de saber apenas quem define as grandes manchetes, mas O QUE é considerado prioridade, o que faz com que o editor responsável aponte seu dedo magnânimo e diga: essa notícia VAI VIRAR manchete.

Bom, a manchete é o que vai chamar a atenção do leitor para determinado jornal. Jornais populares, vendidos a baixos preços para chamar mesmo um leitor de classe C e D, por exemplo, usa manchetes mais populares, por assim dizer. Vai falar sobre aumento de salário [que é o que interessa ao povão], vai falar sobre tragédias, vai falar sobre algum novo programa de ajuda do governo, sobre o aumento ou a diminuição do desemprego, sempre numa linguagem simples, menos rebuscada.

Daí você pega um jornal grande, como a Folha de S. Paulo, que é voltado ao leitor de classe A e B. Logo, esse jornal vai atender aos interesses dessa classe. Sem fazer juízo de valor, mas é só juntar as peças. Jornal é um produto, como um produto ele deve interessar a alguém. Certo?

Como se forma a opinião do leitor, foi o que vimos na escolha da manchete de hoje da Folha. Quem acessou os grandes portais, ou ouviu rádio, ou estava presente neste país anteontem, viu que saiu o resultado de mais uma pesquisa de opinião sobre o governo Lula. Resultado da pesquisa: impressionantes 84% dos entrevistados avaliam o desempenho de nosso presidente como positiva, a despeito de toda a crise econômica e a onda de desempregos. E tem mais: 72,5% dos entrevistados consideram o governo em geral como bom ou ótimo.

É impressionante, não é? Em um momento em que o mundo atravessa uma crise, as pessoas perdem seus empregos aos milhares, e, para o Brasil, um detalhe muito importante: essa pesquisa se deu um mês depois do governo ter anunciado que perto de 655 mil vagas de empregos foram fechadas. E ainda assim as pessoas avaliaram o governo e o nosso presidente de forma positiva. Você não se espanta? Eu me espanto.

Aí, isso deveria ser manchete? Talvez. Depende se você dirige um jornal governista, depende da ênfase que você pretende dar a esta crise econômica. Depende, principalmente, do tipo de leitor que você tem e de qual notícia você prefere que ele preste mais atenção. Porque a manchete da Folha de S. Paulo de 04/02/2009 trazia justamente o contrário desse positivismo todo: "Indústria tem maior queda desde 91".

Opa, cadê o positivismo? Cadê o oba-oba dessa nova pesquisa? Se a indústria não produz, não gera emprego. Ou seja, mais e mais pessoas serão demitidas. E por que a população de um país onde sua indústria sofre uma queda como não se via há 17 anos, ainda avalia seu governo como bom ou ótimo?

Acho que foi essa a idéia que passou pela cabeça do editor da Folha, até mesmo porque, o editorial do mesmo dia trouxe esse mesmo assunto. E viu ali na imagem, o destaque que foi dado à popularidade do presidente Lula? Viu ali o detalhe forte "apesar da crise"?

Novamente, lembro a vocês: sem fazer juízo de valor. Eu leio a Folha todos os dias, porque eu ainda confio na credibilidade de seus jornalistas. Se eu concordo ou não com a linha editorial deles, é outra história. Mas é algo a se pensar, e se analisar, como são escolhidas essas manchetes, como a nossa opinião e a nossa atenção começa a ser formulada pelo jornal desde esses pequenos detalhes. Tudo conta: as fotos, a manchete, a disposição do texto, absolutamente tudo.

Você, ao ver essa manchete, ainda acredita que o positivismo de nosso presidente tem embasamento?

* O título do post foi slogan de uma das revistas que marcaram época no jornalismo brasileiro, revista Manchete, da editora Bloch. Meu presente de aniversário de mim para mim mesma será o livro Os Irmãos Karamabloch, que consta a história da família Bloch e de como eles se tornaram um império na comunicação brasileira. Depois eu digo se eu recomendo ou não. O slogan original era "Aconteceu, virou Manchete".

[o post foi escrito em 04/02/2009]

Depois de algum hibernando em um local distante da civilização,longe da tecnologia.Estou de volta!
Creio que os leitores do Sado,estejam mais acostumados a ler as frequentes postagens de minha cara amiga;Ana P,futura jornalista mais assídua ao blog.
Mas devo lhes dizer,que estarei compartilhando deste espaço,para também expressar os meus "pitacos" em tudo.Pois um bom jornalista,"tenta" entender o máximo de assuntos possíveis,embora não se especialize em algum,já diria Ricardo Noblat.Jornalista que trabalhou entre os anos de 2000 e 2002 no tradicional Correio Braziliense,inclusive sendo editor chefe e mudando a linha editorial do jornal.Mas isso é um assunto que fica para outro post.
Inclusive,eu gostaria,de indicar aqui a vocês,um livro escrito pelo jornalista Ricardo Noblat.Cujo título é : O que é ser Jornalista.
Obra interessantíssima,principalmente para aqueles que são estudantes de jornalismo,assim como nós,ou a quem pretende seguir a profissão.Se trata das memórias de toda a profissão de Noblat,garanto que ajudará muita gente a descobrir se essa é a sua verdadeira vocação,e a leitura é gostosa.
Bom,estou postando,mesmo que informalmente,no momento,para informar que sim,eu continuo viva!
E entrando em mais um ano letivo,em que minha companheira Ana e eu,teremos um árduo caminho a trilhar.E em breve,teremos mais um membro nesta nossa equipe,espero que o mesmo possa se identificar o mais rápido possível.
E vamos ao trabalho,pois o Jornalismo não pára nunca,e os jornalistas estão sempre de olhos abertos a captar as transformações díarias,que em 2009 prometem serem intensas.

É, o ano letivo vai começar novamente. Não sei o que esperar deste ano. Eu, que não sei o que esperar nem mesmo do amanhã, vou lá saber como será um ano letivo inteiro? Estou, quando muito, esperando ansiosamente pelas minhas férias no trabalho. Mas isso é um detalhe no qual não vamos entrar no momento.

O detalhe é que este ano terei uma disciplina bem interessante, chamada "Comunicação Comunitária". Ainda não foi publicado o plano de ensino, portanto não tenho como dizer para vocês do que exatamente vai se tratar essa matéria, o que exatamente ela pretende nos trazer. Mas de qualquer forma, esse é um assunto que me interessa.

Sobre comunicação comunitária [ou sobre o que eu, na minha vasta ignorância, acredito ser comunicação comunitária], li essa semana um artigo bem interessante na revista Carta Capital, sobre a chamada TV Muro [clique para ler parte da reportagem]. Nunca ouviu falar? Pois bem, até então eu também não. Até mesmo porque, como o seu criador mesmo diz, ela é a menor TV do Mundo. O idealizador do projeto, o faxineiro Francisco Dario dos Santos, mais conhecido como Chiquinho, fez da sua casa o estúdio e centro de transmissão da sua 'emissora'. O alcance de transmissão da TV Muro é de 50 metros, daí o nome do canal: a TV Muro é transmitida em um televisor que fica em cima do muro da casa de Chiquinho.

É tudo muito bem estruturado, apesar de simples: tem programa de culinária, tem noticiário, tem até reality show alternativo, o Big Muro Brasil. Aos domingos, tem também o programa de fofoca, um dos campeões de audiência [o que me prova que seja aqui ou no interior perdido de Minas Gerais, o povo gosta mesmo é de saber da vida dos outros]. Ah, falar em "campeão de audiência", é falar sobre os programas que fazem juntar mais gente no portão da casa de Chiquinho.

Sobre a audiência, aliás, o telespectador têm participação efetiva na programação. A reunião de pauta, que acontece na sala de visitas, é transmitida ao vivo pela TV Muro, e o público pode dar a sua opinião: é só gritar o tema lá de fora, que a mãe de Chiquinho, dona Maria, anota tudo, e o tema logo entra no noticiário da noite.

A história da TV Muro, apesar de desconhecida por esta que vos escreve, já é bastante conhecida por aí, o que fez com que ela, inclusive, virasse tema de um curta-metragem em 2004, em projeto que foi patrocinado pela Petrobrás. Além disso, ainda foi tema de documentário [pasmem!] de uma rede pública de tevês na Alemanha, a ZDF.



[eu não sei se o YouTube estava com problema na hora que eu fui assistir, não sei se meu micro estava com problema, sei que o áudio tava todo desregulado. Mas assistam, conheçam a história da TV Muro]

É só uma amostra, que a vontade de fazer e alguns equipamentos podem fazer a diferença. E veja só, o único objetivo de Chiquinho com a TV Muro era "ficar famoso". Conseguiu. E conseguiu também transformar um pouco o cotidiano da sua comunidade. E não é exatamente isso que a comunicação quer: transformar o cotidiano da sociedade?

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