À todas as comunidades

É, o ano letivo vai começar novamente. Não sei o que esperar deste ano. Eu, que não sei o que esperar nem mesmo do amanhã, vou lá saber como será um ano letivo inteiro? Estou, quando muito, esperando ansiosamente pelas minhas férias no trabalho. Mas isso é um detalhe no qual não vamos entrar no momento.

O detalhe é que este ano terei uma disciplina bem interessante, chamada "Comunicação Comunitária". Ainda não foi publicado o plano de ensino, portanto não tenho como dizer para vocês do que exatamente vai se tratar essa matéria, o que exatamente ela pretende nos trazer. Mas de qualquer forma, esse é um assunto que me interessa.

Sobre comunicação comunitária [ou sobre o que eu, na minha vasta ignorância, acredito ser comunicação comunitária], li essa semana um artigo bem interessante na revista Carta Capital, sobre a chamada TV Muro [clique para ler parte da reportagem]. Nunca ouviu falar? Pois bem, até então eu também não. Até mesmo porque, como o seu criador mesmo diz, ela é a menor TV do Mundo. O idealizador do projeto, o faxineiro Francisco Dario dos Santos, mais conhecido como Chiquinho, fez da sua casa o estúdio e centro de transmissão da sua 'emissora'. O alcance de transmissão da TV Muro é de 50 metros, daí o nome do canal: a TV Muro é transmitida em um televisor que fica em cima do muro da casa de Chiquinho.

É tudo muito bem estruturado, apesar de simples: tem programa de culinária, tem noticiário, tem até reality show alternativo, o Big Muro Brasil. Aos domingos, tem também o programa de fofoca, um dos campeões de audiência [o que me prova que seja aqui ou no interior perdido de Minas Gerais, o povo gosta mesmo é de saber da vida dos outros]. Ah, falar em "campeão de audiência", é falar sobre os programas que fazem juntar mais gente no portão da casa de Chiquinho.

Sobre a audiência, aliás, o telespectador têm participação efetiva na programação. A reunião de pauta, que acontece na sala de visitas, é transmitida ao vivo pela TV Muro, e o público pode dar a sua opinião: é só gritar o tema lá de fora, que a mãe de Chiquinho, dona Maria, anota tudo, e o tema logo entra no noticiário da noite.

A história da TV Muro, apesar de desconhecida por esta que vos escreve, já é bastante conhecida por aí, o que fez com que ela, inclusive, virasse tema de um curta-metragem em 2004, em projeto que foi patrocinado pela Petrobrás. Além disso, ainda foi tema de documentário [pasmem!] de uma rede pública de tevês na Alemanha, a ZDF.



[eu não sei se o YouTube estava com problema na hora que eu fui assistir, não sei se meu micro estava com problema, sei que o áudio tava todo desregulado. Mas assistam, conheçam a história da TV Muro]

É só uma amostra, que a vontade de fazer e alguns equipamentos podem fazer a diferença. E veja só, o único objetivo de Chiquinho com a TV Muro era "ficar famoso". Conseguiu. E conseguiu também transformar um pouco o cotidiano da sua comunidade. E não é exatamente isso que a comunicação quer: transformar o cotidiano da sociedade?

2 comentários:

Já passou várias reportagens nesses programas sem conteudo que enchem a grade de quadros do programa de matérias de curiosidades, como faz chiclete e tal.

Sonia Abrão, Ana Maria Braga, enfim, todos já passaram alguma vez.

Sabe o que eu acho do Chiquinho? Ele gosta disso, ele é feliz assim, e tem mais telespectadores que os nossos blogs, e aparecem em mais lugares que nossos blogs (não sei o seu, mas o meu nem apareceu em mídia alguma a não ser a própria Internet, apesar de eu tentar uma vez com uma folha de papel com o link do blog [antigo] em atras de um reporter da Gazeta em um link ao vivo. Sim, me prestei a isso para aparecer na Gazeta, e a iluminação segundo minha mãe, não deixou ver nada do papel.

O fato é, ele é feliz assim, não faz mal a ninguem. Que seja feliz e se case com a Chiquinha.

3 de fevereiro de 2009 às 00:15  

Oi Ana!

Só hoje que consegui assistir o vídeo da TV Muro. E eu tbm não conhecia, nem nunca tinha ouvido falar.

Cara, incrível, não? Como a vontade de fazer pode transformar um meio, um cotidiano, ou a comunidade. Eu falo que sou manteiga derretida, acredita que me emocionei vendo o video? Sei lá, pela simplicidade e sinceridade de como ele acredita naquilo que faz.

Muito legal o link que vc está fazendo com as aulas de comunicação comunitária.

11 de fevereiro de 2009 às 16:55  

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