Muita coisa acontecendo essa semana, as férias que eram para ter começado na segunda feira foram canceladas, e por isso vocês não viram mais minha cara neste blogue. Mas tudo bem, porque vocês também não viram a cara da Sirlene nem da Karina, autoras também deste humilde blogue.
Sem mais delongas. O assunto da vez, aliás, UM dos assuntos da vez, perdido no eio de assuntos tão relevantes quanto o fim da novela ou o começo do BBB, é a guerra na Faixa de Gaza. Claro, violência sempre gerou ibope, não é de hoje. Pão e circo, essa história é antiga. Mas a história da violência em Gaza tem aquele particular que a imprensa adora discutir, que é a censura que o governo de Israel impôs. A cobertura se torna praticamente impossível, e é claro, jornalistas engajados [ou muito bem remunerados] ainda arriscam suas próprias vidas para tentar trazer um mínimo de informação [ou o máximo que conseguem] para o outro lado do mundo.
Mas... e sempre tem um mas... a guerra não está assim tão longe. Está logo aqui do lado.
Cobrir o estado de sítio que a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, vive, também não é nada fácil. Poucos se arriscam. Os que se arriscam, correm o risco de acabar virando a notícia, como foi o caso do Tim Lopes. Falar a respeito da violência nos interiores do país, onde fazendeiros-coronéis são verdadeiros ditadores locais, que dizem o que a população pode ou não fazer, também não é fácil. Talvez porque não seja do interesse das pessoas. Talvez porque não seja do interesse dos grandes grupos de comunicação. Talvez porque cada guerra tenha um interesse guardado, e essas guerras interiores que vivemos no Brasil não tenha interesse para ninguém mesmo.
Pensei nisso ao ler
este texto no blog do Noblat. Pensei nisso ao ver a violência diária à qual somos expostoso o tempo todo, e fazemos como se não fosse conosco. Pensei nisso ao ver o quanto essa história toda de guerra me cansa, como se fosse apenas mais um capítulo da novela. Não é, é a vida de verdade, acontecendo, pessoas morrendo porque seus respectivos governos não ligam para elas, ligam para o lucro. É isso. Guerra é por lucro. Sempre alguém sai lucrando. E isso é o triste.
Até quem comunica a guerra sai lucrando. E acho isso mais triste ainda.
Leia o texto recomendado de hoje. Vale a pena.
Pamela Lima disse...
"Se numa CIdade os cidadãos não tomam das armas porque estão aterrados pelo medo, não se pode dizer que aí exista paz e sim mera ausência de guerra." [...]
Uma cidade onde a paz é efeito da inércia dos súditos tangidos como rebanho e feitos apenas para servir merece antes o nome de solidão do que de Cidade."
de Espinosa, Tratactus politicus.
Tirei hoje do livro Os Sentidos da paixão (recomendação do Josué)
17 de janeiro de 2009 às 22:59