Poder, união e disciplina?

Após um breve hiato nas postagens deste blog [por motivos de provas, trabalhos e exames], estamos sentindo as férias chegando de mansinho. Isso não significa que as postagens vão continuar em segundo plano, pelo contrário! Vamos intensificar o movimento, dando dicas de passeios culturais, filmes e teatro e cursos rápidos para vocês aproveitarem as férias.

Já falamos do Noitão do HSBC anteriormente neste blog. Nesta última sexta-feira, 12 de junho, estivemos novamente no Noitão, desta vez comemorando os cinco anos do evento. Foi legal o depoimento dos organizadores, antes do primeiro filme começar: o Noitão começou também num dia dos namorados, em 2004, com apenas 80 espectadores. Nesta sexta, foram mais de 1000 espectadores! Sim, aqui em São Paulo, mesmo em uma noite dos namorados fria como foi o dia 12, o Noitão ainda faz muito sucesso!

A mesma fórmula de sempre, você assiste três filmes na noite, sendo que um é uma surpresa [que também foi um filme muito bom, posso falar dele depois]. Dentre eles, A Onda, filme alemão baseado no episódio A Terceira Onda - O Experimento.

O filme conta a história do professor de história contemporânea Wenger, adorado pelos alunos [aquele típico professor moderninho, amigo dos alunos]. Wenger resolve fazer uma experiência com sua sala de aula, na semana temática. Tentando explicar aos alunos o tema "autocracia", ele começa a ditar regras novas para as aulas, como a postura correta, o correto tratamento aluno-professor, o uso de uniforme, e até mesmo um cumprimento pessoal entre os alunos do grupo, que se auto-denominaram "A Onda".

A princípio, ele tenta demonstrar a ideia de autocracias como o nazismo e o fascismo, que ensinam 'o poder através da disciplina'. Com o passar da semana temática, ele passa a ensinar 'o poder através da união'. Os alunos do grupo passam a se defender de outros grupos, marcar sua presença pela cidade através de pichações, organizam festas e discriminam aqueles que não fazem parte d'A Onda. É claro que, com o passar do tempo, a experiência passa do sentido pedagógico para o sentido real.

Até por ter sido produzido na Alemanha, o filme, assim como o experimento [que foi real, e aconteceu em 1967, nos EUA], tem o claro objetivo de mostrar que não estamos livres das garras de uma ideologia imposta. Muitas vezes nos perguntamos como puderam acontecer o nazismo e o fascismo, como as pessoas se convenceram por discursos tão autoritários e racistas. Pois bem. Não somos todos influenciáveis?

Foi o último filme que vimos no Noitão deste mês. Foi um filme tenso, perto dos outros dois que assistimos, mas que nos fez refletir. E que eu recomendo, para quem gosta dos estudos sobre autocracias e ditaduras, para quem gosta de um filme bem construído [não é cansativo], quem gosta de filmes cults, enfim. Para quem tem curiosidade em ver que uma ideia simples pode ser perigosa, se conduzida de forma errada. E nas mentes erradas.

O filme tem estreia marcada no Brasil para o dia 10 de julho, e assim que sair, informo para vocês em quais salas estarão disponíveis.

Por enquanto, fiquem com o trailer do filme:


1 comentários:

Adorei o post,Aninha.Principalmente pela dica do filme,quero vê-lo *-*

15 de junho de 2009 às 20:48  

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